Com a esperança de um dia encontrar Janis e Cajú, ela escreve, entrelinhas, sobre sua vida longe de casa...
30 de junho de 2010
Saudade de um amigo. Saudade de um tempo. Saudade de um cheiro. Saudade de uma pessoa. Saudade de uma conversa. Saudade de um momento. Saudade de um abraço. Saudade de um lugar. Saudade do colégio. Saudade da irresponsabilidade. Saudade de uma amiga. Saudade da família. Saudade de risos. Saudade de uma cama. Saudade de uma festa. Saudade de uma bagunça. Saudade de uma música. Saudade de um telefonema. Saudade de uma voz. Saudade de um conselho. Saudade do cigarro. Saudade da Skol. Saudade de um bar. Saudade da casa dos amigos. Saudade de Salinas. Saudade de um vento. Saudade de um amor. Saudade de um ex-amor. Saudade das tias. Saudade de samba. Saudade de reggae. Saudade de sons específicos. Saudade da loucura. Saudade da indisciplina. Saudade de uma conversa jogada fora. Saudade dos sábados. Saudade de uma comida. Saudade de uma caipirinha. Saudade de uma prima. Saudade de outra prima. Saudade de mais outra prima. Saudade das broncas. Saudade dos domingos. Saudade de ser chateada. Saudade da sobrinha. Saudade de um carinho. Saudade do cheiro de peixe. Saudade de uma cidade. Saudade do meu Estado. Saudade de uma novela. Saudade de uma rotina. Saudade dos primos. Saudade de uma viagem. Saudade daquelas viagens. Saudade do cotidiano. Saudade do churrasco. Saudade da piscina. Saudade de um beijo. Saudade de uma companhia. Saudade da mãe. Saudade do pai. Saudade das avós. Saudade do avô. Saudade da vida. Saudade trasformada. Saudade guardada. Saudade jamais esquecida!
"Mas se quer saber se eu quero outra vida: não, não!"
28 de junho de 2010
Três meses de Inglaterra!
Completei mais um mês de Inglaterra. Quanta coisa aprendi e estou aprendendo. Meu inglês já está bem melhor, e a vontade de querer falar mais e mais não pára de crescer. Tenho tirado boas lições de tudo, e em um domingo de parque me fez refletir sobre qualidade de vida e reclamações bobas que sempre fazemos dela.
Aqui o povo não tem vergonha de ser quem é, ninguém é tachado de "caboco" por usar um cabelo rosa, laranja, ou oxigenado mesmo, a roupa da maneira que se sentir bem, independente de ser gordo ou magro. O povo aqui dá valor ao parque de grama bem verde e aproveita muito bem um dia ensolarado, fazendo piquenique e topless. Apesar de não ter aderido ao topless já adotei a fantástica maravilha de poder se jogar na grama, ler um livro e não me preocupar se vem algum ladrão roubar minha bolsa. Em três meses percebi que a gente reclama de coisas tão banais que a vida nos proporciona e que existem pessoas sim, com problemas bem mais sérios e que sabem viver tão bem. Um dia desses acordei de mau humor e fui me atolar nas porcarias dos fast-food`s daqui, ao voltar para casa, no caminho passou um senhor do meu lado na bicicleta, mas aos meus olhos não era um senhor normal, ele tinha dificuldades e nco conseguia sentar no banco, fora que o pescoço dele nço abaixava, como se ele olhasse, tranquilamente o tempo inteiro para o céu. Parei no meio da rua, e acompanhei-o até dobrar a esquina e sumir da minha vista. Ele parecia tão feliz, tão livre naquela bike, que todas as dificuldades que eu passo aqui de solidão, saudade, falta de abraços, se tornaram um grãozinho de feijão e tudo foi esquecido naquele instante. Essa imagem está na minha cabeça a dias e toda vez que penso em reclamar de algo ele me vem a mente feliz e sorridente e absolutamente normal, até mais que eu!
Outra questão importante sobre lições de vida que tenho a cada dia, são sobre os idosos. Fico encantada ao ver que os casais, lá pelos seus 70 aninhos, saem de mãos dadas sempre, seja tomando um sorvete, fumando um cigarro (aqui eles fumam mesmo) ou tomando aquele chop, PINT, nos pubs por aqui. Eles sem amam de verdade e mostram, explicitamente, para quem quiser ver que o amor não acabou mesmo depois de 50 anos de casamento ou que o amor acabou de nascer por terem começado a namorar agora. Outros idosos, não dependem de ninguém para nada, pegam suas cadeirinhas motorizadas e vão ao supermercado, às compras, e fazem o que bem querem em um dia lindo como esses que está fazendo aqui.
Aqui o tempo é de total verão. O sol, o calor e o cheiros me lembram muito Salinas e que agora vai estar lotada aos finais de semana. Esse Julho vai ser o primeiro em toda minha vida que eu não vou estar lá. Posso conhecer todos os lugares desse mundo, as praias perfeitas como a de Bourne, mas nada, me fará trocar meu Atalaia e Maçarico que sempre me fizeram pura e feliz.
Tudo me faz lembrar, tudo...
"Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês. Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão. Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti."
22 de junho de 2010
Superei minhas expectativas sobre Bournemouth. Era exatamente como eu imaginava com um pouco mais de fantasia e encantos. No litoral Sul do país, é uma área de extrema importância turística e grandes redes hoteleiras. A praia, o vento, a arquitetura, o brilho, e principalmente a qualidade de vida que o povo de lá tem, fez com que minhas vontades borbulhassem ainda mais sobre tudo o que penso e quero da vida. Ah eu dava tudo para morar naquele lugar, mas antes preciso ter de imediato minha experiência em Londres.
Meus dias estão baseados em procurar quartos, emprego e torcer para o Brasil na copa.
Aqui o povo e os narradores não gritam "GOOOL", e praticamente nem comemoram uma vitória seja de Portugal, Espanha ou até mesmo da própria Inglaterra. Muitos de nós aí, odeeeeiam o Galvão Bueno, mas não imaginam o quanto eu queria escutar aquele GOOOOOOOOOOL que canta as ouvidos quando ele berra. É de se impressionar quando tem um jogo do Brasil, os gringos enchem os pubs e elogiam bastante o nosso futebol. As ruas ficam cheeeias de pessoas verdes e amarelas, até porque aqui e só goiano, as casas de shows brasileiras toram nosso samba, caipirinha e alegria.
Fui assistir ao primeiro jogo do Brasil em Londres, sozinha mesmo. Tomei alguns chopeszinhos e fiquei aflita e arrepiada ao ver a seleção. Naquele momento eu precisa mostrar para todo mundo que eu era e sou BRASILEIRA, e do orgulho que tenho disso. Fiz questão de falar ao telefone bem alto para que eles notassem minha voz e meu idioma, de berrar e levantar e torcer ao sair o nosso gol, a xingar e falar palavrões bárbaros e ninguém me entender e pensar: "Pooo essa daí é desbocada" e depois de tudo, pegar o trem de volta para casa e ter orgulho de ser de onde eu sou.
"Bye bye, Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night and day
Explica que tá tudo ok
Eu só ando dentro da lei
Eu quero voltar, podes crer
Eu vi um Brasil na tevê
Peguei uma doença em Belém
Agora já tá tudo bem
Mas a ligação tá no fim
Tem um japonês trás de mim
Aquela aquarela mudou
Na estrada peguei uma cor
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo um jiló
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô a fim de encarar um siri
Com a benção de Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr"
.(Chico Buarque).
20 de junho de 2010
Sou uma pessoa que se permite exacerbar emoções puras e profundas, sentir as cores, o cheiro, os sabores do mundo que está a minha frente; danço não conforme a música, mas de acordo com a necessidade do meu corpo; não tenho vergonha de chorar por banalidades; me permito sonhar ultrapassando os limites prováveis e posso até fazer coisas absurdas pelo prazer do momento; me permito ser do jeito que eu sou apenas pelo fato de sentir e gostar muito; experimento ser pura a ponto de me permitir exacerbar através da minha expressão corporal os movimentos mais instintivos que me vierem à cabeça; ao invés de me constranger, me permito ver que a vida é cheia de minúsculas variações de cores, sentidos, cheiros e gostos extremamente prazerosos que nos levam a um caminho que pode ser deliciosamente sentido se você ousar SE PERMITIR!
Me espere Bourne, me espere junto com todas as suas canções, estilos e ventos.
17 de junho de 2010
Novas expectativas, outros planos. A cada dia tudo muda.
Algo borbulha em mim, junto com a ausência de tantos, tantas, vários, várias. Estou como sempre sonhei, sempre desejei. Uma mulher em mudança diária, se desprendendo de coisas materiais, notando que a vida é essa aqui mesmo e que não vai me dar uma outra chance dessas, parando de me lamentar de coisas tão bobas, insignificantes, lidando com a mistura entre o medo e as idéias loucas, mirabolantes, controlando o intelecto, falando menos e escutando mais, engolindo coisas pequenas que antes se cuspia em grandes tempestades. Aprendendo a ser só, a ver que eu me basto, a me divertir alone, e até que tem um lado gostoso, excitante nisso tudo, mesmo sentindo tanta falta.
Ain que vontade louca, genteeee! Quero tudo, de uma só vez, tudo.
Preciso ter cuidado, pois já li sobre diversas opiniões apaixonantes a respeito do lugar que pretendo ir neste final de semana, e se isso me contagiar de verdade, é por lá mesmo que vou ficar.
Medo sai de mim agoooora!
Ainnn país, por que eu to começando a te amar, hein?
15 de junho de 2010
A solidão é sempre o fundamento da liberdade
"Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma época da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para se realizar apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida, para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança, vestirmo-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmo-nos a todos os amores sem preconceitos, nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa."
.(Mário Quintana).
7 de junho de 2010
Estou chegando a boas conclusões.
Fiz um feedback de mim mesma e percebi coisas claras, óbvias.
A primeira, é que eu tenho a melhor mãe do mundo. É, isso mesmo. Foi uma contemplação divina, um presente por ter sido uma boa pessoa na encarnação passada, só pode. Por que as vezes pergunto à Ele: o que foi que eu fiz para merecer a mãe que eu tenho?! Nem sou tão boa assim e ela é tão perfeita pra mim.
Me desculpem, mas eu tenho a melhor mãe do mundo, minha gente, aaaah eu tenho!
Hoje venho falar de felicidade, risos, flores.
Vou completar 23 aninhos, no dia dos namorados. E olha onde estou para comemorar.
Posso estar sozinha, longe, saudosa, como for, mas estou em um lugar lindo, deslumbrante, magnífico, encantador.
Estou aqui por que escolhi estar, vim atrás de mais um sonho, de conhecimento, de realizações. E aos meus quase 23 anos me sinto sim, uma mulher em desenvolvimento pessoal, em processo de realização, afim de descobrir muitas coisas, a enfrentar muitos desafios, ganhar o mundo e a mim mesma.
Quero poder um dia, olhar para trás e ver que eu consegui, cai, levantei, errei, acertei, aprendi, me convenci, lutei, sonhei e amei, mais amei muito.
Hoje vejo que não preciso de um céu estrelado a dois, que não preciso de ninguém para ser feliz (a não ser o apoio incondicional e o puro amor que minha mãe me dá), que posso sim procurar infinitamente o homem da minha vida, mas não é algo vital, de vida ou morte, entende? Não é algo que eu realmente necessite para ser feliz.
Tudo o que tenho e o amor pela vida que existe em mim, foi devido a mãe que tenho, a vontade de Deus e por meus méritos também.
Que ironia do destino. Eu nasci no dia dos namorados e nem faço tanta questão disso.
Amo ser sozinha, ODEIO dar satisfações, odeio que fiquem no meu pé, me ligando toda hora e me pedindo incessantes atos de carinho. Amo minha liberdade, minha vida, os meus pontos de vista e talvez minha carência, porque ninguém é de ferro. Contradições? Não. Verdades. Auto-suficiência? Não. Ponto de vista! Maneira de enchergar e ver o mundo.
Me basto, me amo.
Tá parecendo um egocentrismo exacerbado, né? Deixa eu explicar. É que eu ainda não encontrei um homem que não me enxa o saco, me deixe livre, me faça sentir aquele frio na barriga, a mão suar, o coração acelerar e que goste das minhas eternas viagens intelectuais, viagens mesmo. Enquanto isso, vivo sem pensar nisso, mesmo procurando inconscientemente, entendeu agora? Não?! Deixa pra lá, é melhor.
Estou feliz e que venha sábado para eu tomar um porre e ligar pra todo mundo aí de Belém para receber meus "Congratulations"...
Ah felicidade...
Beijosepelomenosmemandaumamensagemnoorkut!
"Me larga, não enche
Você não entende nada
E eu não vou te fazer entender...
Não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente
Eu nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver
Me deixa viver, me deixa viver...
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar
Me deixa cantar, me deixa cantar..."
.(Caetano Veloso).
5 de junho de 2010
Linhas para viver
Escreve. Seja uma carta, um diário ou umas notas enquanto falas ao telefone, mas escreve. Procura desnudar a tua alma por escrito, ainda que ninguém leia; ou, o que é pior, que alguém acabe lendo o que não querias. O simples ato de escrever ajuda-nos a organizar o pensamento e a ver com mais clareza o que nos rodeia. Um papel e uma caneta fazem milagres, curam dores, consolidam sonhos, levam e trazem a esperança perdida. As palavras têm poder.
.(Paulo Coelho).
4 de junho de 2010
Ao som de Tim Hardin escrevo aqui mais uma vez. Não sei se lamentações ou desejos, porém escrevo com sinceridade.
Talvez seja isso que estou precisando nesses dias, de um pouco mais de sinceridade, tanto das pessoas como divina.
Hoje, sobre lágrimas, precisava de alguém que só me escutasse, me ouvisse, me olhasse nos olhos. Não queria que falasse nada ou tentasse dar conselhos, só necessitava de ouvidos, um colo, abraços.
Fazem dois meses que a palavra abraço não faz parte do meu vocabulário, cotidiano, ainda mais sincero. Quero olhos nos olhos, verdadeiramente. E como dizia meu amado "Mentiras sinceras me interessam", no meu caso transformo essas mentiras nesse gesto tão simples.
Hoje pensei em colocar um anúncio nos jornais sobre Free Hugs, balelahhh!
Ninguém entenderia.
Quando não se tem, as coisas passam a ter seu valor, quando elas estão na mão, passam despercebidas. Um abraço por exemplo. Não me dava conta que desperdicei tantos ao longo dessa vida, e nunca imaginaria que isso me faria tanta falta no futuro, talvez esse que eu estou vivendo.
Ah meus caros, valorizem mais um simples gesto dessa tão excitante vida, um gesto que não se paga, não se cobra, não prejudica e faz um bem danado pra alma, pro coração que a gente nem imagina o quanto, quando se tem a todo instante.
Cabeça com idéias distintas, confusas. Uma cabeça que não para de pensar com um corpo que está sem agir.
Abraço - definição:
1. Ato de abraçar.
2. Cingir com os braços.
3. Dar um abraço em.
4. Compreender; estender-se a.
5. Admitir, aceitar, seguir.
6. Cercar.
7. Dar abraços recíprocos.
1 de junho de 2010
É tão difícil querer ser livre, ter asas.
Ser independente já vem com manual de instruções? Esqueci de perguntar antes de querer me tornar. Não sei se isso é bom ou ruim.
Saudades...
"E percebo que não importa onde eu esteja, seja em um quartinho repleto de idéias ou nesse universo infinito de estrelas e montanhas, tudo está na minha mente. Não há necessidade de solidão. Por isso, ame a vida como ela é e não forme idéias preconcebidas de espécie alguma em sua mente".
.(Jack Kerouac).
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