Com a esperança de um dia encontrar Janis e Cajú, ela escreve, entrelinhas, sobre sua vida longe de casa...
19 de maio de 2010
Não entender, é entender, mesmo que haja e não haja loucura nisso
Felicidade! Essa palavra que anda me descrevendo essas últimas semanas. Por quê? Porque comecei a ser eu mesma aqui, mesmo ainda tentando descobrir quem sou.
Sorriso estampado no meu rosto. Minhas músicas me revelam. Canto.
Vejo poesia, vento, luz em qualquer coisa, qualquer gesto, qualquer palavra que, possivelmente, me deixaria irritada. Canto.
Para aqueles que sofrem de irritabilidade constante, cantem!
Venho falar dos meus dias, das minhas saudades. Estou conseguindo controlar mais meus impulsos, emoções. Estou mais calma, atenta, feliz.
Um dia, assistindo ao nosso favorito programa familiar televisivo e dominical, (na verdade o único que tem), me deparei com o brega paraense. Nunca pensei que fosse me arrepiar tanto, como arrepiei, me emocionei e nao pisquei. Acreditem, nosso brega foi mostrado ao mundo. Logo eu falando isso. Odeiooo brega. Ou odiava?
Não sei. O que sei é que fiquei completamente orgulhosa.
Dei início a duas coisas essa semana aqui. A primeira foi a vida noturna. Acho que até demorou para isso acontecer, mas tive que me sentir segura para conseguir me divertir tanto quanto foi o último Sábado! Sozinha mesmo e coragem. Aprendi que sair só e me divertir não é um bicho de sete cabeças não, é até bem mais legal quando ninguém te conhece, quando a gente bebe o quanto quer e no dia seguinte, não vai sair estampado nos jornais paraenses: NATHÁLIA ENFIA O PÉ NA JACA E SAI BEBADA DE BOITE!
Bebi, dancei, conheci pessoas novas, interessantes e que me fizeram rir muito.
Cantem!
A segunda iniciada foi meu curso de inglês. Me surpreendi comigo mesmo. Substimava minha capacidade de aprender esse idioma ou qualquer outro. Mas enfrentei meus próprios medos, preconceitos e passei a me olhar com olhos de verdade quando minha professora falou para mim: "O que você veio fazer aqui? Você fala brilhantemente inglês. Achei que você não soubesse absolutamente nada, Nathália. Preparei o alfabeto e os numeros para você. O que você precisa é treinar, praticar. Volte para sua casa e sábado te ligarei para tomarmos um chop."
Vê se pode? Tá bom, por falta de amigos mesmo, vamos treinar o inglês com a professora gente boa e maluquinha tomando um chop em qualquer desses milhares de Pub`s por aqui.
O importante é se divertir.
Mas as aulas continuarão sim, com conversações e bastante treino. Essa foi só a primeira semana.
Tudo esta passando a fazer sentido, as coisas estão começando a ficar claras e eu estou realmente começando a me sentir livre, muito livre.
Enfim, para aqueles que me invejam com tanta felicidade, Deus os abençoe.
E para meus maravilhosos amigos, eu amo vocês e morro de saudades!
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
.(Clarice Lispector).
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eu também queria encontrar a janis!
ResponderExcluir:D