
O que é a vida?
Tenho me perguntando constantemente mesmo tendo medo de encontrar a resposta. Às vezes, chego a conclusão de que minha doce juventude está dando um tempo para que a vida de adulta comece a trabalhar em mim. Isso me amedronta muito.
Cadê meus amigos? É, aqueles do tempo de colégio, das manhãs diárias, das conversas paralelas dentro da sala de aula, das confindências durante os intervalos, das fugas do Moderno ao bar do Gil, dos estudos sem pena para conseguir uma aprovação no vestibular... enfim de tantos momentos incrivelmente vividos até, até, até... um tempo atrás? Será? Cadê?
A vida está se apresentando a cada um de nós. E nesse momento ela teve que nos separar e nos dividir entre São Paulo, Rio de Janeiro, Inglaterra e Belém.
Tenho certeza que todos, mas todos esses meus amigos estão com o mesmo medo que eu: ser gente de verdade!
As conversas através de uma tela me fizeram crer que todos os sentimentos borbulham e não sabemos o que nos espera desse ponto inicial, ou não, em diante.
Só tenho uma certeza e essa é absoluta: um dia, no nosso reencontro, vamos estar reunidos, contando nossas experiências, aventuras, romances e loucuras, com muita segurança, dinheiro no bolso e umas garrafinhas de "Blue" em cima da mesa. Ah, vamos!
A vida pode ser misteriosa, excitante, louca, mas não é capaz de separar o que uniu! Tudo, obrigatoriamente, tem fazer sentido!
"Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar, conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar, meses, anos até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo.
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? EU DIREI QUE SAO MEUS AMIGOS. São meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente. Quando o nosso grupo estiver incompleto, nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos.
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado. E nos perderemos no tempo.
Por isso, fica aqui um pedido desta humilde amiga: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!"
.(Vinícius de Moraes).