5 de março de 2010

...Doze anos de...


Não sei, mais to tentando aproveitar ao máximo meus dias por aqui, ainda mais com as pessoas que eu amo e que não sairão da minha vida facilmente. Hoje, faltando exatos vinte dias para ir para um lugar tão distante e depois de doze anos estou, mais uma vez ao lado de uma irmã comemorando seu vigésimo terceiro aniversário.
Tudo começou quando éramos menininhas desprotegidas, sem responsabilidade alguma, lá pela quinta série do ensino fundamental, uma loirinha de cabelos longos e trançados tipicos de princesas de contos de fada, olhos cintilantes, puxando um carrinho com os desenhos dos Dalmatas, entrava na primeira porta do corredor a esquerda subindo a escada grande, perto da coordenação, a temível sala de aula, e eu, uma moreninha beeeem magrinha, do cabelo liso de indiazinha, dos olhos de amêndoa mas sem lembrar da capa do meu caderno e da mochila que eu carrega, vi essa loirinha chegar, sem mesmo saber no que ia dar. Depois continuei vendo ela entrar na mesma sala de aula na sexta série, sétima série, oitava, primeiro ano do segundo grau e assim foi, e muitas mais muitas histórias para contar. Desde o primeiro beijo no menino da escola, pelas primeiras lágrimas de amor derramadas, a primeira viagem sozinhas, os aniversários no sítio, o primeiro namoro, a primeira vez, as agendas, as músicas que ficaram marcadas, o primeiro porre, o primeiro cigarro, a primeira boite, o primeiro show, o primeiro namorado, a primeira decepção, os puxões de orelha para um estudo apertado de química orgânica e enfim a primeira das duas únicas brigas que tivemos ao longo desses anos e quem diria, no final de tanta afinidade, amor e paixão, a descoberta de uma árvore genealógica, e o parentesco assumido. Depois a faculdade, a responsabilidade, as cagadas, a independência, a tão sonhada independência, as dificuldades, a formação acadêmica e os sonhos que agora só dependem dos nossos esforços para serem realizados e a distância que está chegando para nos separar fisicamente e não nossos corações e nossas lembranças que guardam tudo que nos foi permitido e vivido.


Medo: a distância!!!!

¬Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.¬

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